No dia 13 de julho de 2009, Valdenir Benedetti deixou este mundo para viver entre as estrelas, talvez seu ambiente mais familiar. Porém aqui permanece imortalizado pela sua maneira de pensar e ensinar a astrologia. Muito amado por muitos, deixou uma marca indelével em seus alunos e em todos os astrólogos que com ele conviveram e que reconheceram nele um renovador da nossa arte de interpretar os céus. Como acontece a todos os que ousam transgredir, questionar e inovar, também teve lá seus desafetos, faz parte... Por sorte deixou inúmeros textos, alguns publicados outros não. Este blog foi criado para que todo o seu pensamento fosse acessível tanto aos que o conheceram quanto aos que, ao longo de seu aprendizado da Astrologia, com certeza dele ouvirão falar.



"Há pessoas que nos falam e nem escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidase nos marcam para sempre."

Cecília Meireles







26.6.10

MULHERES

Fiquei emocionado com o Jornal da Band, feito inteirinho por

mulheres e prestando uma bela homenagem às mulheres.

Cada vez mais poderosas, descobrindo o que sempre foram, re-

descobrindo-se, e assumindo seu lugar no mundo.

Resolvi botar uma coisa que escrevi esta noite, e mais uma velha

poesia, escrita em um dia de emoções como hoje, nos tempos da

Solstix, um dia em que eu estava muito, muito emocionado com a

grandeza das mulheres.

Vai ai pelo dia de hoje e compartilhando o que estou sentindo.

Um beijo imenso em todas as mulheres, e uma reverência.

Val Bee



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Não se pode ver em uma mulher

Nada além do que ela já é

Só podemos erguer nosso véus

E reconhecê-la plena, absoluta

Como sempre ela foi



Não se pode ver em um homem

Nada além do que ele já é

Só podemos erguer nossos véus

E reconhecê-lo pleno, absoluto

Como sempre ele foi.



Nada se pode conhecer

pois tudo é um re-conhecer

Que tudo já existia antes

Dento de nós

Tudo é um re-conhecer

que é a experiência de

re-colher o Ser

Novamente ficar junto ao Ser

Re-Con-e-Ser

Bee





PEQUENA HOMENAGEM À MINHA ÂNIMA



Estou desentendido com a susceptibilidade das mulheres.

Talvez a mulher que me habita seja também tão

susceptível assim, talvez ela se comova e se revolte

com a mínima mudança da direção dos ventos,

o mínimo gesto que envolva,

que chame para junto de nós outras vibrações do universo,

que na verdade, já estavam, sempre estiveram dentro de nós.



Estou perplexo com a delicadeza das mulheres.

Talvez a mulher que me habita seja também tão sensível assim.

Talvez ela se envolva com o mormaço,

se comprometa com a coisa morna do desejo,

mesmo aquele que a gente não se atreve.

Quem sabe, a delicadeza seja um poder,

uma força sutil como os elétrons do plutônio queimando glóbulos no sangue

sem que ninguém perceba.

De qualquer forma, a delicadeza sempre me deixa perplexo.

De dentro para fora, de fora para dentro.



Estou amargurado com a dureza das mulheres.

Talvez a mulher que me habita seja assim tão dura

que eu prefiro ignorá-la. Talvez ela se distancie daquilo

que não represente o mais absoluto amor.

Talvez ela se afaste de tudo que represente

causar alguma dor. Não sei,

mas me torna amargo não saber lidar

com esta força das mulheres.

Pode ser que, quem sabe, a mulher que me habita o coração,

seja de uma dureza tal que, quando a reconheço

lá fora, o amargor me sobe aos lábios.





Estou eufórico com a esperança que as mulheres me dão.

Talvez a mulher que me habita seja a antena,

parabólica sensível / sensitiva que capta o futuro,

e sabe que, por não termos mais esperança de salvação,

já estamos todos salvos.

Talvez a mulher seja capaz, receptora do que ha de vir,

e por saber o que há de vir, me tranqüiliza

por saber que Ela sabe.

É possível que a mulher que me habita o peito, me acalenta

e me traz sempre aquela chama que vem do futuro,

chama de esperança, chama dos Deuses.

Talvez Prometeu, que roubou a chama

que aquece o espírito dos homens, aquela mesma,

fosse Ela, e por isso acorrentada,

talvez...



Estou embriagado com o que sinto de todas as mulheres.

Absolutamente encantado.

Talvez a mulher que me habita seja a senhora do meu encanto,

e me permita sentir e viver algum encanto

em meus dias e nos dias que me restam.

Talvez a mulher seja a substância, ânima que me anima,

e com a qual construo meus sonhos.

Talvez seja a matéria prima dos meus desejos,

a força que me move para o futuro,

talvez ela me dê a mão, de dentro pra fora e,

se eu for digno, de fora pra dentro,

e vá comigo em direção ao futuro e salte comigo

no abismo do que virá.



Mas esta Mulher agora, quando penso nela,

alma dentro de mim, alma fora de mim, tanto faz,

ela é uma só, sempre a mesma,

seja multidão, seja um harém, seja uma só

é sempre a mesma, mas ela me traz

doçura aos lábios.



VAL BENEDETTI

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