Fiquei emocionado com o Jornal da Band, feito inteirinho por
mulheres e prestando uma bela homenagem às mulheres.
Cada vez mais poderosas, descobrindo o que sempre foram, re-
descobrindo-se, e assumindo seu lugar no mundo.
Resolvi botar uma coisa que escrevi esta noite, e mais uma velha
poesia, escrita em um dia de emoções como hoje, nos tempos da
Solstix, um dia em que eu estava muito, muito emocionado com a
grandeza das mulheres.
Vai ai pelo dia de hoje e compartilhando o que estou sentindo.
Um beijo imenso em todas as mulheres, e uma reverência.
Val Bee
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Não se pode ver em uma mulher
Nada além do que ela já é
Só podemos erguer nosso véus
E reconhecê-la plena, absoluta
Como sempre ela foi
Não se pode ver em um homem
Nada além do que ele já é
Só podemos erguer nossos véus
E reconhecê-lo pleno, absoluto
Como sempre ele foi.
Nada se pode conhecer
pois tudo é um re-conhecer
Que tudo já existia antes
Dento de nós
Tudo é um re-conhecer
que é a experiência de
re-colher o Ser
Novamente ficar junto ao Ser
Re-Con-e-Ser
Bee
PEQUENA HOMENAGEM À MINHA ÂNIMA
Estou desentendido com a susceptibilidade das mulheres.
Talvez a mulher que me habita seja também tão
susceptível assim, talvez ela se comova e se revolte
com a mínima mudança da direção dos ventos,
o mínimo gesto que envolva,
que chame para junto de nós outras vibrações do universo,
que na verdade, já estavam, sempre estiveram dentro de nós.
Estou perplexo com a delicadeza das mulheres.
Talvez a mulher que me habita seja também tão sensível assim.
Talvez ela se envolva com o mormaço,
se comprometa com a coisa morna do desejo,
mesmo aquele que a gente não se atreve.
Quem sabe, a delicadeza seja um poder,
uma força sutil como os elétrons do plutônio queimando glóbulos no sangue
sem que ninguém perceba.
De qualquer forma, a delicadeza sempre me deixa perplexo.
De dentro para fora, de fora para dentro.
Estou amargurado com a dureza das mulheres.
Talvez a mulher que me habita seja assim tão dura
que eu prefiro ignorá-la. Talvez ela se distancie daquilo
que não represente o mais absoluto amor.
Talvez ela se afaste de tudo que represente
causar alguma dor. Não sei,
mas me torna amargo não saber lidar
com esta força das mulheres.
Pode ser que, quem sabe, a mulher que me habita o coração,
seja de uma dureza tal que, quando a reconheço
lá fora, o amargor me sobe aos lábios.
Estou eufórico com a esperança que as mulheres me dão.
Talvez a mulher que me habita seja a antena,
parabólica sensível / sensitiva que capta o futuro,
e sabe que, por não termos mais esperança de salvação,
já estamos todos salvos.
Talvez a mulher seja capaz, receptora do que ha de vir,
e por saber o que há de vir, me tranqüiliza
por saber que Ela sabe.
É possível que a mulher que me habita o peito, me acalenta
e me traz sempre aquela chama que vem do futuro,
chama de esperança, chama dos Deuses.
Talvez Prometeu, que roubou a chama
que aquece o espírito dos homens, aquela mesma,
fosse Ela, e por isso acorrentada,
talvez...
Estou embriagado com o que sinto de todas as mulheres.
Absolutamente encantado.
Talvez a mulher que me habita seja a senhora do meu encanto,
e me permita sentir e viver algum encanto
em meus dias e nos dias que me restam.
Talvez a mulher seja a substância, ânima que me anima,
e com a qual construo meus sonhos.
Talvez seja a matéria prima dos meus desejos,
a força que me move para o futuro,
talvez ela me dê a mão, de dentro pra fora e,
se eu for digno, de fora pra dentro,
e vá comigo em direção ao futuro e salte comigo
no abismo do que virá.
Mas esta Mulher agora, quando penso nela,
alma dentro de mim, alma fora de mim, tanto faz,
ela é uma só, sempre a mesma,
seja multidão, seja um harém, seja uma só
é sempre a mesma, mas ela me traz
doçura aos lábios.
VAL BENEDETTI
No dia 13 de julho de 2009, Valdenir Benedetti deixou este mundo para viver entre as estrelas, talvez seu ambiente mais familiar. Porém aqui permanece imortalizado pela sua maneira de pensar e ensinar a astrologia. Muito amado por muitos, deixou uma marca indelével em seus alunos e em todos os astrólogos que com ele conviveram e que reconheceram nele um renovador da nossa arte de interpretar os céus. Como acontece a todos os que ousam transgredir, questionar e inovar, também teve lá seus desafetos, faz parte... Por sorte deixou inúmeros textos, alguns publicados outros não. Este blog foi criado para que todo o seu pensamento fosse acessível tanto aos que o conheceram quanto aos que, ao longo de seu aprendizado da Astrologia, com certeza dele ouvirão falar.
"Há pessoas que nos falam e nem escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidase nos marcam para sempre."
Cecília Meireles
"Há pessoas que nos falam e nem escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidase nos marcam para sempre."
Cecília Meireles
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